sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

CAOS URBANO

Hoje vou discorrer sobre este tema para que o leitor tenha uma ideia melhor das coisas que estou colocando e poder debater a tecnologia vis a vis as decisões de estado ou de modelo. 

Com a crise de 2008 instaurada, o Brasil mostrou sua incapacidade de tirar vantagem e poder firmar ao mundo sua posição de liderança e solidez, por erros puramente de modelo e aplicação errada das soluções financeiras. Começou a tomar medidas de explorar a economia interna, bem lógico e correto para o quadro da época. Como consequência, começou a receber os principais representantes dos importantes segmentos de negócios para entender suas necessidades. Como importante segmento de negócios o automobilístico reivindicou ação governamental (já que 50% do preço dos automóveis são impostos) e poder escoar seus produtos evitando desta forma que acontecesse uma drástica redução de pessoal, indesejável as questões políticas e econômicas da época. Então vieram as reduções de alíquotas de impostos (IPI) para facilitar a venda de carros e utilitários, cujas medidas foram mantidas até os dias atuais.

As consequências foram tão favoráveis que  o Brasil cresceu nos últimos 5 anos algumas posições no ranking mundial de vendas de automóveis. São poucas as coisas favoráveis de crescimento no período, mas esta foi uma delas. Realmente dias de grandes celebrações, com linhas de crédito em aberto e de longo prazo para que a sociedade emergente pudesse  ter acesso  a um bem tão importante. E o caos nos grandes centros urbanos começaram a se estabelecer. São Paulo atingiu uma frota de 7 milhões de carros para ficarem estacionados ao longo das vias urbanas, com deslocamentos muitas vezes menores que a velocidade de um veiculo alternativo e mesmo a pé. Daí, ao contrário das grandes potências mundiais, não foram orquestrados  investimentos em infraestrutura nas cidades e no País, para fazer frente a tamanha evolução e sucesso de vendas da frota automobilística nacional. 

Hoje para deslocar uns poucos metros ou quilômetros no maior centro industrial e financeiro da América Latina podemos chegar a levar de 60 a 90 minutos quando não chega a 2 ou 3 horas dependendo da região.
Para viajar pelas belas estradas paulistas, viagens que levavam 1 hora de deslocamento, passaram-se a levar de 3 a 4 horas e assim por diante. Com isso, o governo introduziu um grande diferencial de produtividade aos seus maiores centros econômicos do País. 

Atingiu-se o nirvana, na busca incessante do desejo de atender a classe emergente, sustentáculo do modelo de poder vigente,  em detrimento de fatores crescentes de improdutividade nas áreas vitais do País. A questão que não me faz calar é saber como será que vai crescer economicamente e na velocidade necessária se introduziu no Pais todo este problema que ele mesmo criou para ele mesmo. 

Junte-se a isto índices crescente de corrupção ( no topo da lista) , de segurança ( chegamos a sexto pais mais inseguro do mundo), a qualidade de vida batendo recordes negativos, a saúde indo de mal a pior, educação claramente sendo sucateada, a falta de perspectiva, introduzimos de forma relâmpago enormes problemas nos  grandes centros urbanos, levando claramente as Empresas, os Empresários e os Empreendedores que respondem  pelo capital investido, pela fabrica instalada, pelo escritório e comercio estabelecido, a pensar  de forma relâmpago seus modelos de negócios, sua presença física nestes centros e logicamente os seus  investimentos, revisando  as posições pessoais e empresariais. Nada mais logico que a fuga de capital e de investimentos estejam ocorrendo e também natural  perdendo  para economias mais competitivas e evoluídas como países como Chile, México e países orientais, a  disputa de capital, por serem estes países muito mais modernos, que  apresentam regras claras, respeitem contratos, e tenham retornos financeiros ótimos a riscos muito menores.

Não satisfeito ainda, em São Paulo (conceito este que se aplicam a muitas das cidades em questão), com seu modelo bolivariano de poder, fez investimentos importantes na eleição de 2012, colocando a máquina do Estado a seu serviço, a ponto de colocar seu candidato na prefeitura de São Paulo. O Alcaide ao assumir rapidamente estabelece politicas e ações visando fazer frente a um tema tão sensível de mobilidade urbana e avança aceleradamente na direção de aumentar o CAOS URBANO e realizar inúmeras tentativas de aceleração do orçamento municipal, tentando aumentar irracionalmente os impostos, com aumentos escorchantes ao contribuinte. Fantástica contribuição a um grande centro que quase não foi penalizado pelo grande modelo econômico vigente.

Hoje o que mais escuto entre amigos e a comunidade, é questionamentos de que tem o poder econômico e empresarial, se quer continuar a participar e manter seu negócio, sua família, seu capital e seus colaboradores nesta situação indesejável criada.

De que serve a mobilidade humana se o capital se esvair? Cabe sempre a pergunta aos governantes. 

Se mobilidade urbana é uma prioridade, e entendo ser muito importante, eu acho que o capital por todas as razões mencionadas deverá também ter sua mobilidade e mitigar os riscos do modelo que se impõem. Afinal o capital só vai ajudar ao estado voraz e arrecadador se tiver uma vantagem muito grande. Vejam como as grandes Empresas e tradicionais parceiras do Estado brasileiro e ate possuidores de monopólios estabelecidos, tem suprido uma pequena parte desta condição de investimento, mesmo de forma precária, mas sempre como moeda corrente de troca, obtendo com certeza vantagens financeiras e de sustentação do modelo.

Finalmente diante do exposto, o que quero colocar é que a tecnologia da informação deverá ser a que vem preencher as necessidades da sociedade vigente e se houver uma mudança significativa de posicionamento em relação ao status quo vigente, ela deve ser pesquisada intensamente  para que a escolha, aplicação e resultados sejam atingidas na sua plenitude. Não quero crer que as tecnologias emergentes desenvolvidas no mundo moderno e desenvolvido possam se encaixar no modelo vigente, já que o modelo de País não se alinha e pode nem ser competitivo para o uso intenso de tecnologias emergentes, que  podem encarecer mais ao usuário final, sem o adequado retorno. 

O segmento financeiro sempre foi e será um grande investidor na T.I. e seu status nos últimos anos apresentaram alterações de perfil. Num passado não muito longe, os investimentos maciços em novas tecnologias eram presentes e a nossa liderança na automação bancária reconhecida a nível internacional. Nos dias atuais vemos posições mais conservadoras do segmento, fazendo investimentos importantes para manutenção da infraestrutura tecnológica existente, e sempre na direção de sustentação dos negócios.