Recentemente
coloquei minha enorme preocupação sobre o programa de governo isentando tributos
em automóveis e veículos automotores provocando com um enorme
crescimento nas vendas, sobrecarregando as grandes cidades e trazendo
um caos urbano a economia e a população. O Brasil sendo o líder mundial no
agronegócios, teve necessariamente de ir na direção de mecanização e também
provocou um exodo humano do campo para
as cidades, criando uma enorme concentração e um descompasso na infraestrutura,
na educação, na saúde e na área social das cidades, dos municípios e do País.
Acrescente-se também a isto o sucateamento da indústria, a sua migração dos
grandes centros a localizações periféricas sem a correspondente migração da mão
de obra, também deixaram um legado e perfil não condizente com as necessidades
futuras nas cidades aonde a migração aconteceu.
Evidentemente a crise econômica e dos principais
indicadores econômicos (PIB, inflação, câmbio, taxa de juros etc...) que
estamos vendo, não consigo visualizar uma perspectiva de retorno acelerado de
crescimento econômico, já que todos estes movimentos somente trouxeram um forte
impacto nas regiões de maior produtividade do País.
Lógico que o
agronegócio por si só não responde a este crescimento necessário, bem como
outras áreas como indústria , comércio e energia, estão claramente afetadas pelos
problemas enfrentados nos últimos anos.
Veja uma
região tão próspera como Campinas, com uma economia fortemente balanceada pelos
setores propulsores da economia brasileira, e possuindo as melhores escolas e universidades do País, apresentam problemas
enormes e limitações que o próprio modelo se impôs. Ela concentra uma grande
população e significativa ao Estado e País e tem 70% desta população
analfabetos funcionais, pessoas que leem e não sabem interpretar o texto lido.
Isto me arremete a dizer que este caos urbano apresenta perfis populacionais
que limitam ao Pais, com uma suposta missão de ser global, uma deficiência enorme de
capacitação dos seus recursos para competir com as nações mais desenvolvidas. Não poderia
ser esta entre muitas outras restrições, que limitariam aos principais investidores nacionais e
estrangeiros de aportar por aqui em industrias avançadas e de tecnologias de
ponta e mesmo investimentos em infraestrutura que justifiquem retornos
adequados financeiros.
Ao caos
urbano resta uma concentração enorme de problemas, o preparo e capacitação dos
recursos , de infraestrutura em geral e que permita mobilidade urbana, saúde, educação
e desenvolvimento social a esta
concentração humana. Não quero nem abordar o problema de segurança, que afinal
basta ver os jornais e televisões diariamente para saber as consequências. Ainda que estejamos no início desta batalha,
afinal concentração induz aumento de problemas sociais e as consequências vão desembocar
na segurança da população. Vejam que os poderes públicos estabelecidos não
priorizam esta área, são movidos aos acontecimentos, afinal a chance de sucesso
é minima, já que o modelo formado do caos urbano implica em desajustes sociais
de grande amplitude.
Como iremos sair desta situação? Tenho certeza
que não é com nada do que tenho visto até então. A mudança estratégica dos
centros urbanos se faz necessária e leva décadas para tal. Se pegarmos as capitais como São Paulo, Rio,
Brasilia e todas as demais cidades que enfrentam o mesmo problema, o
planejamento urbano tem que destacar os principais vetores da região e
priorizar como plano de ação visando adequar e alinhar a comunidade nesta
missão maior. Vejam São Paulo, esta deixando de ser o maior centro industrial
da América Latina, para passar pelo caos urbano, e com isso passar a ser tambem uma cidade que
apresenta enormes dificuldades de melhorar seus índices de produtividade dos
negócios. A tendência novamente será de migração de muitos negócios e concentrar em especializações. Caberia visualizar a São Paulo ser um grande centro financeiro reconhecido internacionalmente, também um centro avançado de
capacitação médica e hospitalar, um grande
centro de entretenimento a nível internacional, um centro de tecnologia aplicada a diversos
negócios emergentes, centro de gastronomia internacional, centro de serviços aplicados a públicos exigentes e diferenciados de
nível internacional e assim por diante.
Então esta
mobilidade urbana começa a ser priorizada não para a massificação como hoje
existe e de forma errada estão querendo aumentar o caos urbano. Não adianta migrar a periferia mais
rapidamente e preferencialmente se não é a concentradora do grande capital
intelectual da cidade e as pessoas propulsores da economia local e global. O
deslocamento de pessoas deve ser
generalizado e tem necessariamente de faze-lo no sentido de aumentar a
produtividade dos negócios e trazendo riqueza e concentração de valores,
conhecimento e de notoria especialização de forma que o todo seja ganhadora.
Acho que a
nossa classe política esta muito longe de poder responder a requisitos tão
sensíveis que o mundo moderno cada vez mais exige. Vejam o que aconteceu com a
Europa e sua crise, quem foi o Pais que fez a lição de casa e hoje lidera o
bloco europeu? Será que forma os socialistas...Não foi a Alemanha e porque?
Lógico que foi a produtividade deles, que é das maiores do mundo. Veja se eles
adotaram a Alemanha Oriental e deram bolsa família. Eles assumiram as pessoas e
deram trabalho. E como estão o povo alemão
e os seus produtos? Estão felizes pela riqueza
existente, absorveram fantasticamente o bloco oriental e possuem os melhores e mais competitivos
produtos a nível internacional.
E nos como
estamos? Sucateando a indústria, aumentando o auxilio social sem vencimento e objetivos pré-estabelecidos,
assistencialismo sem trabalho, que onera
a sociedade, e na contrapartida é um voo de galinha, no inicio fomenta o consumo
mas a médio prazo tem a contrapartida de ter uma sociedade extremamente produtiva
e economicamente ativa para sustentar
programas desta natureza que são economicamente a fundos perdidos. E olha que
não melhora o social, pois vide o caos urbano. Resolveram o problema da periferia e
concentraram nos grandes centros. Se fossem traçados com objetivo e
trabalho, a educação apresentaria um quadro de evolução e a saúde seria disseminada e com índices crescentes de melhoria, a infraestrutura seria eficiente, mas vejam que o resultado
pratico que vemos é o inverso.
O momento é
de reflexão e sempre cabe em novas oportunidades de mudanças de nossos
dirigentes e politicos, na escolha de pessoas que irão agir e responder pela
retirada dos maiores inibidores hoje existentes, ja que esta situação é recente
e as consequencias serão de longo prazo, com onus grande de solução.
Afinal
um País com taxa de crescimento humano tão grande não vai poder por muito
tempo, observar erros de natureza estratégica e tática limitadores da inserção
dos jovens a sociedade vigente.