sexta-feira, 25 de abril de 2014

PEQUENAS NOTÁVEIS

O que importa mesmo é como e quando o Brasil sairá desta sensação de impotência que vem conquistando amplas camadas da população.

Economia é somente uma parcela (importante) da solução. Se a balança comercial persiste no déficit, se a inflaçãovolta a assustar, se as ruas são ocupadas por jovens desesperançados, e o noticiário dominado por irregularidades na esfera pública, não vale solução parcial.


Não é problema de solução impossível, mas é preciso entender que é necessário abrir o foco, falar sério.

A prioridade não é o Brasil, como alvo impreciso, o foco é a sociedade brasileira. Ela é que é o Brasil. Cada um tem a sua trincheira e vale a pena pensar que não é uma carta descartável do baralho. 

Inclusive a pequena empresa - aquela que se tornará média e depois grande. Ela pode ter uma performance mais social do que as grandes. 

Ela é a pequena notável!

segunda-feira, 14 de abril de 2014

UM POUCO MAIS DE CAOS URBANO

Recentemente coloquei minha enorme preocupação sobre o programa de governo isentando tributos em automóveis e veículos automotores provocando com  um enorme  crescimento nas vendas, sobrecarregando as grandes cidades e trazendo um caos urbano a economia e a população. O Brasil sendo o líder mundial no agronegócios, teve necessariamente de ir na direção de mecanização e também provocou  um exodo humano do campo para as cidades, criando uma enorme concentração e um descompasso na infraestrutura, na educação, na saúde e na área social das cidades, dos municípios e do País. Acrescente-se também a isto o sucateamento da indústria, a sua migração dos grandes centros a localizações periféricas sem a correspondente migração da mão de obra, também deixaram um legado e perfil não condizente com as necessidades futuras nas cidades aonde a migração aconteceu.

Evidentemente  a crise econômica e dos principais indicadores econômicos (PIB, inflação, câmbio, taxa de juros etc...) que estamos vendo, não consigo visualizar uma perspectiva de retorno acelerado de crescimento econômico, já que todos estes movimentos somente trouxeram um forte impacto nas regiões de maior produtividade do País.

Lógico que o agronegócio por si só não responde a este crescimento necessário, bem como outras áreas como indústria , comércio e energia, estão claramente afetadas pelos problemas enfrentados nos últimos anos.

Veja uma região tão próspera como Campinas, com uma economia fortemente balanceada pelos setores propulsores da economia brasileira, e possuindo as  melhores escolas  e universidades do País, apresentam problemas enormes e limitações que o próprio modelo se impôs. Ela concentra uma grande população e significativa ao Estado e País e tem 70% desta população analfabetos funcionais, pessoas que leem e não sabem interpretar o texto lido. Isto me arremete a dizer que este caos urbano apresenta perfis populacionais que limitam ao Pais, com uma suposta  missão de ser global, uma deficiência enorme de capacitação dos seus recursos para competir com as nações mais desenvolvidas.  Não poderia ser esta entre muitas outras restrições, que limitariam  aos principais investidores nacionais e estrangeiros de aportar por aqui em industrias avançadas e de tecnologias de ponta e mesmo investimentos em infraestrutura que justifiquem retornos adequados financeiros.

Ao caos urbano resta uma concentração enorme de problemas, o preparo e capacitação dos recursos , de infraestrutura em geral e que permita mobilidade urbana,  saúde,  educação e desenvolvimento social a esta concentração humana. Não quero nem abordar o problema de segurança, que afinal basta ver os jornais e televisões diariamente para saber as consequências.  Ainda que estejamos no início desta batalha, afinal concentração induz aumento de problemas sociais e as consequências vão desembocar na segurança da população. Vejam que os poderes públicos estabelecidos não priorizam esta área, são movidos aos acontecimentos, afinal a chance de sucesso é minima, já que o modelo formado do caos urbano implica em desajustes sociais de grande amplitude.

Como iremos sair desta situação? Tenho certeza que não é com nada do que tenho visto até então. A mudança estratégica dos centros urbanos se faz necessária e leva décadas para tal.  Se pegarmos as capitais como São Paulo, Rio, Brasilia e todas as demais cidades que enfrentam o mesmo problema, o planejamento urbano tem que destacar os principais vetores da região e priorizar como plano de ação visando adequar e alinhar a comunidade nesta missão maior. Vejam São Paulo, esta deixando de ser o maior centro industrial da América Latina, para passar pelo caos urbano,  e com isso passar a ser tambem uma cidade que apresenta  enormes dificuldades  de melhorar seus índices de produtividade dos negócios. A tendência novamente será de migração de muitos negócios e concentrar em especializações. Caberia visualizar a São Paulo ser um grande centro financeiro reconhecido internacionalmente, também um centro avançado de capacitação médica e hospitalar,  um grande centro de entretenimento a nível internacional,  um centro de tecnologia aplicada a diversos negócios emergentes, centro de gastronomia internacional, centro de serviços aplicados a públicos exigentes e  diferenciados de nível internacional e assim por diante.

Então esta mobilidade urbana começa a ser priorizada não para a massificação como hoje existe e de forma errada estão querendo aumentar o caos urbano.  Não adianta migrar a periferia mais rapidamente e preferencialmente se não é a concentradora do grande capital intelectual da cidade e as pessoas propulsores da economia local e global. O deslocamento de pessoas  deve ser generalizado e tem necessariamente de faze-lo no sentido de aumentar a produtividade dos negócios e trazendo riqueza e concentração de valores, conhecimento e de notoria especialização de forma que o todo seja ganhadora.

Acho que a nossa classe política esta muito longe de poder responder a requisitos tão sensíveis que o mundo moderno cada vez mais exige. Vejam o que aconteceu com a Europa e sua crise, quem foi o Pais que fez a lição de casa e hoje lidera o bloco europeu? Será que forma os socialistas...Não foi a Alemanha e porque? Lógico que foi a produtividade deles, que é das maiores do mundo. Veja se eles adotaram a Alemanha Oriental e deram bolsa família. Eles assumiram as pessoas e deram trabalho.  E como estão o povo alemão e os seus produtos?  Estão felizes pela riqueza existente, absorveram fantasticamente o bloco oriental  e possuem os melhores e mais competitivos produtos a nível internacional.

E nos como estamos? Sucateando a indústria, aumentando o auxilio social  sem  vencimento e objetivos pré-estabelecidos, assistencialismo sem trabalho, que  onera a sociedade, e na contrapartida é um voo de galinha, no inicio fomenta o consumo mas a médio prazo tem a contrapartida de ter uma sociedade extremamente produtiva e  economicamente ativa para sustentar programas desta natureza que são economicamente a fundos perdidos. E olha que não melhora o social, pois vide o caos urbano.  Resolveram o problema da periferia e concentraram nos grandes centros. Se fossem traçados com objetivo e trabalho,  a educação  apresentaria um quadro de evolução  e a saúde seria disseminada e com índices crescentes de melhoria, a infraestrutura seria eficiente, mas vejam que o resultado pratico que vemos é o inverso.

O momento é de reflexão e sempre cabe em novas oportunidades de mudanças de nossos dirigentes e politicos, na escolha de pessoas que irão agir e responder pela retirada dos maiores inibidores hoje existentes, ja que esta situação é recente e as consequencias serão de longo prazo, com onus grande de solução.     

Afinal um País com taxa de crescimento humano tão grande não vai poder por muito tempo, observar erros de natureza estratégica e tática limitadores da inserção dos jovens a sociedade vigente.